8 de jun. de 2016

Cornélio batalha para receber Série D



Cornélio Procópio - O PSTC terminou o Campeonato Paranaense em 4º lugar, posição que lhe permitiu acesso à Série D do Campeonato Brasileiro. A cidade já estava se mobilizando para o início da nova competição, quando uma notícia deixou os torcedores desanimados. No sábado, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou que o Estádio Ubirajara Medeiros, em Cornélio Procópio, onde o PSTC manda os jogos, não está apto a receber os jogos da competição nacional, e por isso as três primeiras partidas devem ocorrer no Estádio do Café, em Londrina. O principal questionamento seria em relação à capacidade máxima do estádio, que atualmente é de aproximadamente 2,3 mil pessoas, e o mínimo recomendado pelo órgão seria 5 mil para as fases finais. 
Conforme a assessoria de imprensa do PSTC, o clube está mobilizado para que apenas o primeiro jogo, no dia 12 de junho, aconteça em Londrina, e os demais em Cornélio Procópio. A Prefeitura de Cornélio Procópio informou, em nota, que realizou as reformas necessárias e cumpriu todas as medidas para que os jogos fossem realizados na cidade, porém, um problema com a liberação do laudo oficial do Corpo de Bombeiros atrapalhou o trâmite com a CBF. "Determinou-se total empenho de toda a equipe para que faça tudo o que for necessário para reverter a situação", diz a nota da assessoria de imprensa da prefeitura. Apesar do entrave, prefeitura e PSTC acreditam que os jogos seguintes possam ser realizados no estádio de Cornélio Procópio. 

TORCIDAS
"No domingo de jogo, meu garoto levantava cedo, colocava uma roupa com as cores do PSTC, uma chuteira e ficava o dia todo perguntando quando iria começar a partida. Após o almoço, eu, ele e meu sogro seguíamos para a concentração, em uma oficina próxima ao estádio. Ensaiávamos as músicas com a bateria da torcida organizada, para fazer bonito na arquibancada. Quando começava o jogo era uma festa. O menino só faltava chorar quando saia um gol", conta o pedreiro Fábio Meleiro. Ele, o filho Raí Gabriel, de 7 anos, e o sogro Valdemir Batista fazem parte da torcida organizada do PSTC em Cornélio Procópio, Mancha Azul. "Meu filho sabe o nome de todos os jogadores do PSTC. Antes nós só víamos futebol pela televisão, agora podemos ver partidas de alto nível no estádio da nossa cidade. São acontecimentos que ficam marcados na vida dos pequenos para sempre", avalia Meleiro. 
A vinda de um time de futebol profissional mudou a rotina da cidade. Com uma das maiores lotações de estádio, em termos proporcionais, do Campeonato Paranaense 2016, o PSTC foi literalmente abraçado pelos moradores. "Por ser estreante na Primeira Divisão, ninguém imaginava que o time fosse tão bem. O bom desempenho trouxe famílias com crianças para as arquibancadas. Foi bonito, era a nossa maior diversão dos fins de semana", fala o vice-presidente da Mancha Azul, o comerciante André Lima. A torcida existe desde 2013, com sede no Jardim Pérola, que congrega mais de 40 filiados pagantes. "Nos dias de jogos, reuníamos mais de cem nas concentrações". Além da Mancha Azul, uma outra torcida organizada do PSTC se formou na cidade, a Leões da Rocinha. 

MOVIMENTAÇÃO
Apesar do PSTC não estar alojado em Cornélio Procópio (o Centro de Treinamento funciona em Uraí), a cidade já obteve algumas vantagens econômicas por sediar os jogos. Uma loja de artigos esportivos, por exemplo, vendeu mais de 300 camisetas do PSTC, a R$ 90 cada, entre março e abril. "Na final do campeonato faltou produto, tivemos que encomendar mais", conta o vendedor Alison Barbosa. Segundo ele, os torcedores voltaram a procurar a camisa com a expectativa do início da Série D. "Espero que o time se mantenha, e fique mesmo na cidade. Para nós foi muito bom", revela. 
Em uma pizzaria, localizada na região central, o movimento em dia de partida chegava a 30% acima do normal para fins de semana. "Nos preparávamos quando havia jogo. Vinha gente da região, e todo mundo come alguma coisa quando sai do estádio", conta o pizzaiolo Fernando Gonçalves. 
Para Luís Carlos Lopes, gerente do hotel onde ficavam hospedadas as equipes adversárias do PSTC, eventos esportivos movimentam a economia da cidade. "O Brasil não teve um ano bom em 2015, então uma competição que hospeda pelo menos 25 pessoas de uma equipe no nosso hotel, é sempre algo muito positivo. Fora os torcedores do Atlético, do Coritiba, que vinham acompanhar as partidas. Esperamos que o PSTC cresça e continue levando o nome da cidade para todo o País", diz Lopes. 
A campanha motivou até a criação de uma escola municipal de futebol, que tem atraído muitos jovens. "A onda PSTC ajudou a fomentar o esporte na cidade, o que é algo muito saudável. Com esse destaque, temos força para captar mais recursos para projetos esportivos", complementa o secretário municipal de Esportes, Júlio César Sales.

Rubia Pimenta
Especial para a FOLHA

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