14 de abr. de 2016

Alto índice de incidência de dengue preocupa Norte Pioneiro


Moradores e autoridades públicas do Norte Pioneiro estão preocupados com a elevada taxa de incidência de dengue. No Paraná, o índice varia de 7.451,27 a 0,34 casos por 100 mil habitantes, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) na semana passada. No topo do ranking dos 399 municípios está Assaí, com 7.963,24. Também aparecem na lista Rancho Alegre (em segundo lugar, com 7.268,17), Santa Cecília do Pavão (em quarto, com 2.529,89), Cambará (1.092,57), Itambacará (1.036,19), Jataizinho (903,71), Santo Antônio do Paraíso (900,13) e Leópolis (600). Para que seja considerada situação epidêmica, é preciso a confirmação de mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes. 
Em Assaí, onde foram confirmados pelo menos 1.349 casos, é fácil encontrar moradores que tiveram a doença. A auxiliar administrativa Ivone de Fátima Alves, de 38 anos, conta que começou a sentir os sintomas da dengue no dia 1º de abril. Ela procurou o serviço de saúde e, ao realizar o teste rápido, foi confirmado que estava com dengue. "Eu estava com muita dor de cabeça, febre, dores no corpo e estava vomitando. Fiquei internada e voltei a trabalhar somente há poucos dias." 
Caso o diagnóstico seja confirmado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-PR), ela será a segunda pessoa da família a contrair a doença em pouco tempo. "Eu tenho medo de pegar dengue hemorrágica. Meus vizinhos também estão preocupados e está todo mundo se mobilizado para remover qualquer criadouro (do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chicungunya)", garantiu. 
O secretário de Saúde de Assaí, Cláudio Roberto Prudêncio, explicou que os casos que estão sendo confirmados agora pelo Lacen são aqueles contraídos em janeiro. 
"Não estamos mais em epidemia; resolvemos a situação. Em janeiro apareciam de um a dois casos por dia contra seis casos positivos registrados na última semana inteira. Na segunda-feira iniciamos o trabalho para ver qual o índice de infestação predial (IIP) vamos encontrar. Não digo que chegará a 1%, que é o máximo tolerado pela Organização Mundial de Saúde, mas acredito que será em torno de 4%. No pico de infestação tivemos um IIP de 14%", apontou. 
Segundo Prudêncio, a população não tem cuidado de suas casas e, para combater esse problema, o município tem promovido ações que mexem no bolso do contribuinte. "Estamos aplicando multa de R$ 460 a quem não cuidar de seu imóvel. Até agora aplicamos 15 multas, mas já encaminhamos 19 ofícios para o Ministério Público com o endereço de residências e empresas que são reincidentes. Se encontramos foco de Aedes aegypti, fazemos a advertência. Se a pessoa não elimina, fazemos a notificação e encaminhamos para a Vigilância Sanitária e para a Promotoria", explicou. Também são realizadas ações educativas, mutirões de limpeza e aplicação de fumacê.

Vítor Ogawa
Reportagem Local - Folha de Londrina

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente