Eduardo
Campos
Estou
muito triste, abatida mesmo com o acidente aéreo que vitimou o candidato à
presidência Eduardo Campos. É lamentável que uma carreira promissora tenha sido
interrompida de maneira tão estúpida.
Gostaria
de saber escrever para poder externar o que penso a respeito dessa gente que
fica tecendo comentários de extremo mau gosto sobre as possíveis reviravoltas
políticas com a perda do Eduardo. Mas não dá.
Penso
que para a política, perde-se um homem sonhador, idealista, um lutador, trabalhador,
um candidato à presidência da República do Brasil que era de encher de orgulho
a nós brasileiros, independente de partidos ou ideologias. Não será substituído
porque era único e seus sonhos e desejos foram forjados a partir de suas
experiências e desejos. Mas vão arrumar outro. É fato.
O
que não será substituído é o homem caloroso, o marido amoroso, o pai carinhoso.
Para a Renata não vai mais aparecer o Eduardo no portão. Para os filhos Maria Eduarda, João Henrique, Pedro
Henrique e José Henrique, o pai viverá apenas na lembrança. E para o pequeno
Miguel, que nasceu no começo de 2014, nem isso.
Amélia
Rosana da Costa
Agora,
com as eleições batendo à porta, talvez os correligionários a Marina seja
alçada para preencher o imenso vazio político deixado pelo Eduardo, talvez.
Nem bem a morte do candidato à
Presidência da República Eduardo Campos em um acidente aéreo, nesta quarta
(13), foi confirmada e surgiram comentários com afirmações de mau gosto ou
inferências políticas bizarras nas redes sociais.
Pessoas pedindo para que, no lugar de
Campos, naquele jatinho, estivesse Aécio ou Dilma. Ou colocando a culpa em um
ou em outro pelo acidente.
Não, isso não é piada. Muito menos
revolta contra a política.
Há outro nome para esse tipo de
ignomínia, para essa incapacidade crônica de sentir empatia com os passageiros
de um avião que cai e com as pessoas que estavam em solo. Talvez essa
impossibilidade de se reconhecer no outro e demonstrar algum apreço pela vida
humana seja alguma forma de psicopatia grave.
O que não surpreende, pois tem o mesmo
DNA das discussões estéreis e violentas levadas a cabo na internet, sob
anonimato ou não. Mas não deixa de chocar.
Da mesma forma que choca alguns colegas
jornalistas que no afã de prever o que vai acontecer com as eleições,
analisam de forma desrespeitosa a situação, com ironias e sarcasmos que
não cabem neste momento, desumanizando a cobertura da tragédia em busca de
audiência.
É para isso que a gente desenvolveu
tantas ferramentas tecnológicas com a justificativa de aproximar as
pessoas e facilitar a comunicação? Para podermos mostrar como somos idiotas em
tempo real? Se for assim, estávamos melhor com os tambores.
À família e aos amigos de Campos e de
sua equipe e aos feridos entre os moradores de Santos, minha solidariedade.
Aos que fazem disso uma brincadeira ou uma chance para vender mais, o meu
eterno desprezo.
Amélia Rosana da Costa
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