14 de ago. de 2014

Eduardo Campos - Crônica


Eduardo Campos
Estou muito triste, abatida mesmo com o acidente aéreo que vitimou o candidato à presidência Eduardo Campos. É lamentável que uma carreira promissora tenha sido interrompida de maneira tão estúpida.
Gostaria de saber escrever para poder externar o que penso a respeito dessa gente que fica tecendo comentários de extremo mau gosto sobre as possíveis reviravoltas políticas com a perda do Eduardo. Mas não dá.
Penso que para a política, perde-se um homem sonhador, idealista, um lutador, trabalhador, um candidato à presidência da República do Brasil que era de encher de orgulho a nós brasileiros, independente de partidos ou ideologias. Não será substituído porque era único e seus sonhos e desejos foram forjados a partir de suas experiências e desejos. Mas vão arrumar outro. É fato.
O que não será substituído é o homem caloroso, o marido amoroso, o pai carinhoso. Para a Renata não vai mais aparecer o Eduardo no portão. Para os  filhos Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique e José Henrique, o pai viverá apenas na lembrança. E para o pequeno Miguel, que nasceu no começo de 2014, nem isso.
Amélia Rosana da Costa

Agora, com as eleições batendo à porta, talvez os correligionários a Marina seja alçada para preencher o imenso vazio político deixado pelo Eduardo, talvez.

Nem bem a morte do candidato à Presidência da República Eduardo Campos em um acidente aéreo, nesta quarta (13), foi confirmada e surgiram comentários com afirmações de mau gosto ou inferências políticas bizarras nas redes sociais.
Pessoas pedindo para que, no lugar de Campos, naquele jatinho, estivesse Aécio ou Dilma. Ou colocando a culpa em um ou em outro pelo acidente.
Não, isso não é piada. Muito menos revolta contra a política.
Há outro nome para esse tipo de ignomínia, para essa incapacidade crônica de sentir empatia com os passageiros de um avião que cai e com as pessoas que estavam em solo. Talvez essa impossibilidade de se reconhecer no outro e demonstrar algum apreço pela vida humana seja alguma forma de psicopatia grave.
O que não surpreende, pois tem o mesmo DNA das discussões estéreis e violentas levadas a cabo na internet, sob anonimato ou não. Mas não deixa de chocar.
Da mesma forma que choca alguns colegas jornalistas que no afã de prever o que vai acontecer com as eleições, analisam de forma desrespeitosa a situação, com ironias e sarcasmos que não cabem neste momento, desumanizando a cobertura da tragédia em busca de audiência.
É para isso que a gente desenvolveu tantas ferramentas tecnológicas com a justificativa de aproximar as pessoas e facilitar a comunicação? Para podermos mostrar como somos idiotas em tempo real? Se for assim, estávamos melhor com os tambores.
À família e aos amigos de Campos e de sua equipe e aos feridos entre os moradores de Santos, minha solidariedade. Aos que fazem disso uma brincadeira ou uma chance para vender mais, o meu eterno desprezo.

Amélia Rosana da Costa 

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