31 de jul. de 2013

Preço do leite sobe 10,5% em seis meses no Paraná


Nem o escândalo da adulteração do leite no Rio Grande do Sul há cerca de dois meses fez com que a demanda do produto caísse no País neste primeiro semestre. O aumento do consumo, inclusive, é a principal justificativa para elevação de 3,6% no preço pago ao produtor entre maio e junho. O valor bruto pago calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, alcançou R$ 1,0544/litro – média ponderada pelo volume captado no mês passado em sete estados, incluindo o Paraná. De janeiro a junho, o preço bruto já subiu 14,4% em termos reais. 

No Paraná, o número sofreu incremento de 4,3% em julho comparado a maio e a média passou para R$ 1,01/litro. No acumulado do primeiro semestre, a alta foi de 10,5% em termos reais. Nem o aumento de 10% na captação no último mês no Estado fez com que os preços estagnassem. 

De acordo com o pesquisador do Cepea Paulo Moraes Ozaki, nesta época é natural que os preços estejam mais altos, mas a surpresa fica pelo aumento no consumo, que, definitivamente, não era esperado. "A população está consumindo mais mesmo com os valores elevados do produto. Por possuir uma estacionalidade menor de produção, a região Sul está se beneficiando, pois consegue vender o leite para outros locais do País", salienta. 

Mesmo com o aumento de produção registrado em junho, há uma certa escassez do produto, o que também influencia os preços. Segundo o presidente do Conseleite Paraná, Ronei Volpi, a demanda está aquecida, mas existe uma restrição de oferta devido a fatores climáticos. "As chuvas de junho prejudicaram a produção e a logística de transporte. Certamente este é um ano atípico, em que não está havendo um equilíbrio entre a demanda e a oferta, já que não está sobrando leite." 

Volpi comenta que as geadas recentes em algumas regiões do Paraná também darão um impacto na produção e, consequentemente, nos preços. Soma-se a isso o fato de as indústrias não terem estoques para trabalhar. "O produtor que possui um equilíbrio nos custos de produção e reserva para a alimentação do rebanho está se beneficiando. Além disso, os preços do milho e da soja recuaram neste primeiro semestre, o que deu maior poder de compra ao produtor." 

O presidente do Conseleite comemora o fato de as fraudes ocorridas no Rio Grande do Sul não terem influenciado tão fortemente o mercado, sendo mais prejudicadas as empresas que participavam do esquema. "É um problema que já passou, que jamais compactuamos e que acabou influenciando pouco na cadeia", complementa.
Folha de Londrina 

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