23 de fev. de 2015

Aliado de Gleisi que comandou invasão da Assembleia do PR pode ter sido financiado pelo Petrolão


Principal líder da invasão da Assembleia Legislativa, o deputado petista Professor Lemos, um dos aliados de primeira hora de Gleisi Hoffmann (PT-PR), tem algo em comum com a senadora “petroleira”. Ambos acompanham com doses de nervosismo o noticiário sobre os desdobramentos da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que ainda está em seus primeiros capítulos.

Lemos e Gleisi aguardam com ansiedade extrema a divulgação, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, da lista de políticos envolvidos no Petrolão, o maior escândalo e corrupção da história da humanidade, que sangrou os cofres da Petrobras em R$ 88 bilhões, segundo cálculos de Maria das Graças Foster, ex-presidente da estatal.

Gleisi já teve suas ligações com o Petrolão expostas pelos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da petrolífera, e Alberto Youssef, conhecido como doleiro das confusões. A senadora, de acordo com os delatores, levou, em 2010, R$ 1 milhão do esquema criminoso que funcionava na companhia.

Conforme consta dos depoimentos prestados à PF e ao Ministério Público Federal, o dinheiro foi solicitado pelo marido de Gleisi – Paulo Bernardo – a Costa e pago por Youssef em dinheiro vivo. A angústia do Professor Lemos, decorrente do seu envolvimento no Petrolão, é fácil de entender. O dinheiro das empreiteiras que participaram do carrossel de corrupção que girava na Petrobras abasteceu a campanha de Lemos em 2012, quando o petista disputou a prefeitura de Cascavel.

Ao se consultar o site do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná é possível verificar que exatos R$ 1.148.492,00 foram repassados a Lemos pelos diretórios nacional e paranaense do PT, além de R$ 200 mil doados diretamente pela OAS e UTC – duas das muitas empreiteiras denunciadas pela Justiça e cujos diretores e executivos continuam presos na carceragem da Superintendência da PF em Curitiba.

Considerando que no caixa do PT 75% das doações foram feitas pelas empreiteiras do Petrolão, estima-se que a campanha do Professor Lemos foi irrigada com mais de R$ 1 milhão, recurso de origem suspeita.

O dinheiro da campanha do deputado petista era tanto, que até hoje Lemos não conseguiu explicar de forma convincente um suposto assalto ao seu comitê eleitoral. O advogado Paulo Pegoraro Júnior solicitou à época a investigação do roubo, pois entendeu que o PT devia explicações sobre o fato de o dinheiro não estar em conta bancária, como determina a legislação.

De acordo com o advogado, o TSE determina que o fundo de caixa autorizado – reserva para ser usada para as despesas de comitês – é de no máximo R$ 20 mil. Durante o assalto, os supostos ladrões teriam levado pelo menos R$ 50 mil, conforme admitiu o próprio partido.

UCHO HADDAD

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