NATAL E FAMÍLIA
Reflexão da Semana – Natal e Família
Por Dom Manoel João Francisco – Bispo da Diocese de Cornélio Procópio
Já é Natal. Impossível pensar Natal sem pensar na família. Em qualquer país do mundo, no Natal as famílias se reúnem para festejar. Jesus, ao assumir a natureza humana e se fazer gente como nós, escolheu viver em família e, também ele, quis ter um pai e uma mãe. Inspirado nesta relação entre Natal e família, Pe. Zezinho canta em uma de suas canções: "Que bom seria, se o Natal não fosse um dia, se as mães fossem Maria e se os pais fossem José e se nós todos parecêssemos com Jesus de Nazaré".
A família é uma instituição divina. Conta-nos a Bíblia que Deus percebendo não ser bom para o homem permanecer só, resolveu dar-lhe uma companheira.
No pensamento de Deus a família é constituída por um homem e por uma mulher. A Bíblia é muito clara neste sentido e afirma diversas vezes: "Por isso, o homem abandona pai e mãe, junta-se a sua mulher, e já não são dois, mas uma só carne". Mais tarde, Jesus, retomando este mesmo ensinamento, acrescenta: "Não separe o homem o que Deus uniu". Diante do espanto dos seus ouvintes que se sentiam autorizados por Moisés a abandonar suas mulheres, Jesus esclarece que a permissão de Moisés fora dada por causa da "dureza dos corações".
O mundo em que vivemos debate-se e padece de muitas dores e males. A violência grassa em todas as esferas da sociedade, a começar da família.
A verdadeira causa da violência está, com certeza, na ausência de valores ou, para ser mais claro, na ausência de Deus. Já dizia um escritor russo: "Onde não há Deus, tudo é permitido". É preciso que se volte a ensinar para nossas crianças os princípios básicos que estão na Bíblia. É preciso mostrar a importância do amor e do respeito à vida. O melhor ambiente para esta transmissão de valores, sem dúvida, é a família.
Muitos psicólogos, psiquiatras, terapeutas, sociólogos, juristas, antropólogos, pedagogos e tantos outros profissionais, hoje, não têm medo de afirmar a importância e o valor da família na formação de uma pessoa equilibrada e ajustada na sociedade. Dizem estes profissionais que a geração de nossos avós foi a geração dos autoritários. Acabou criando uma geração de sufocados. Insatisfeita, a geração de sufocados quis agir de forma diferente com seus filhos. Formou a geração dos folgados. Advogam estes profissionais a volta de ambientes familiares onde sejam ensinadas aos filhos as regras mínimas de ética pública e privada. Pedem famílias onde se transmitam o
sentido da autoridade legítima e o sentido da obediência às leis válidas para todos.
Estamos celebrando o Natal. Lembramos que Cristo entrou na história da humanidade através da família. Poderia ter sido diferente? Claro que sim. Mas então, por que Deus escolheu a família para enviar seu Filho ao mundo? A escolha de Deus, com certeza, aponta para o valor da família.
Que este Natal seja uma oportunidade para nos encontrar como família, estreitar nosso amor, nosso afeto e, renovando nossa fé, permitir uma presença mais explícita de Deus em nosso lar.
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