4 de ago. de 2014

Crônica - Contrário


Contrário

Amélia Rosana da Costa

_Aquela noite  mesmo, eu cheguei em casa, cansado, moído, querendo um banho pra descansar o esqueleto e uma comida, ô rapaz, tava varado de fome. E o que foi que eu encontrei?
_ ...
_Um  bilhete jogado em cima do fogão escrito assim: “ Amor, fui dar um rolezinho com o meu ex, você não conhece ele,  é de São Paulo, acho que ainda não falei dele, é o Raulzinho. Na volta eu te conto tudo. Beijo. Te amo.”
_ Aí, foi mal.
_ Foi mal? Aí eu fiquei louco. Saí e fui direto na casa da mãe dela  tirar sastifação. A mãe dela nem  sabia da história, coitada. A Manu é destrambelhada assim, mas a família é gente boa. Só ela é que não presta, não vale nada. É uma mulher sem razão. Aquela desavergonhada. O Raulzinho depois que você acostuma com aquele cabelão espetado, aquelas orelha tudo furada, até que é gente boa.  Mas dessa vez eu não perdôo.
_ O que ela fez dessa vez?
_ Ói que nóis tava lá na lanchonete com meus irmão e minhas cunhada tomando guaraná e a marvada se alevantou e falou que não era muié de ficar tomando guaraná igual gente doente e foi parar numa mesa cheia de uns rapazinho e começou a bebe junto mais deles e eu com cara de bobo . Foi aí então que eu já não me agüentando mais, levantei e arrastei ela pelo braço pra levar embora.
_ Rapaiz! Mais apanhei tanto daqueles menino que mal saíram dos cueiro e tudo por causa daquela diaba. Arf, que não quero nunca mais vê aquela mulher do capeta na minha frente.
_ Não.
_ Claro que não!
_ Vai divorciar dela então?
_ Pois não é por isso que vim, dotô?
_ Pois bem. Eu estou muito interessado nela.
_ O quê. Qué morrê, seu cabra da peste. Eu amo aquela diaba e nunca que vô largá dela. Anda! Alevanta que eu num bato em homi sentado.

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