Celso Nascimento
Dilma e Lula estiveram ontem à noite em Curitiba para colocar na rua a campanha da companheira petista Gleisi Hoffmann ao governo estadual. Juntos ou separadamente, a atual e o ex-presidente já participaram de outros atos no Paraná para reforçar a candidatura da senadora e ex-chefe da Casa Civil. Não seria pouca coisa se, logo agora, o prestígio popular desses dois importantes cabos eleitorais não estivesse em viés de baixa. Gleisi enfrentou graves dificuldades para construir sua frente partidária. Conseguiu a adesão apenas do PDT, que já era esperado em razão dos vínculos que vêm desde as campanhas de Osmar Dias (2010) e de Gustavo Fruet (2012), além dos nanicos PCdoB, PRB e PTN – muito pouco para quem representa, no estado, o partido que detém o poder no país. A pobreza de adesões e a dificuldade de formar uma chapa (com o PDT na vice e o PCdoB no Senado) podem refletir duas situações. A primeira delas diz respeito à flagrante inanição de quadros em todos os partidos. Faltam nomes à altura dos cargos ou que, no mínimo, apresentem inquestionável experiência e solidez eleitoral. Diante disso, é aquela coisa: “Já que não temos tu, vai tu mesmo”. Outras causas das dificuldades de Gleisi podem ser buscadas em Brasília e em São Bernardo do Campo. Nem Dilma nem Lula fizeram uso dos cordéis pluripartidários que ainda dominam para entregar ao PT paranaense uma cesta mais substanciosa de legendas para a candidata do PT no estado. Vários partidos fiéis ao Planalto – casos, por exemplo, do PTB e do PSD – bandearam-se para o lado da oposição no plano regional. Essa é uma das razões para o tucano Beto Richa ter conseguido formar uma frente com nada menos de 17 siglas, garantindo-lhe oito minutos e meio nos programas eleitorais contra pouco mais de seis minutos na soma dos tempos de Gleisi e Requião. Não se viu ação objetiva de Lula e Dilma, tão escondidos nos momentos decisivos quanto aquele personagem da brincadeira “onde está Wally?” |