
A produção industrial paranaense obteve o segundo melhor resultado em setembro, comparado com o mesmo mês do ano passado. O setor cresceu 11,3%, sexta taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, atrás apenas de Goiás, com 12,8%, e bem à frente da média nacional de 2%. A Pesquisa Industrial Mensal Regional - Produção Física (PIM-PF), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi divulgada nesta sexta-feira (08).
Mesmo com o recuo de 2,4% na produção industrial em setembro com relação a agosto, na comparação entre os terceiros trimestres de 2013 e 2012, o Paraná teve o melhor desempenho entre as regiões pesquisadas. O Estado avançou 10,9% nessa comparação, enquanto a média brasileira subiu apenas 0,8%.
"A indústria do Paraná intensificou o ritmo de expansão de sua produção, frente ao resultado apresentado no segundo trimestre (abril-junho), que foi de 6,4%", disse Ana Silvia Martins Franco, economista do Núcleo de Macroeconomia e Conjuntura, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES).
O ganho de dinamismo no trimestre foi observado em nove dos 14 setores investigados, com destaque para edição e impressão (de -3,3% para 39,8%), máquinas e equipamentos (de 14,8% para 25,3%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (de -12,3%% para 17,5%).
Em relação ao segundo trimestre de 2013, a produção física da indústria estadual mostrou acréscimos de 1,9%, versus retração de 1,4% da nacional, o que representou a terceira maior variação entre as 14 localidades pesquisadas, perdendo somente para o Pará (5,7%) e Goiás (3,2%). Foi o terceiro trimestre consecutivo de expansão no Paraná, com ganhos acumulados de 13,2% no período.
O crescimento de 11,3%, no confronto com setembro de 2012, decorre dos resultados positivos alcançados por 10 das 14 atividades investigadas. A principal contribuição veio de veículos automotores (39,2%), impulsionado não só pela maior fabricação de caminhões e caminhão-trator para reboques e semirreboques, mas também pela baixa base de comparação, uma vez que esta atividade recuou 18,6% em setembro de 2012.
Também contribuíram para o resultado os setores de produtos químicos (28,1%), com elevação na produção de amoníaco, ureia e adubos ou fertilizantes fosfatados; máquinas, aparelhos e materiais elétricos (23,4%); e máquinas e equipamentos (16,2%), especialmente pela maior produção de tratores agrícolas, máquinas para colheita, elevadores para o transporte de pessoas, refrigeradores e máquinas para trabalhar matéria-prima para fabricar pasta de celulose.
"Na contramão da trajetória de baixo crescimento da produção fabril nacional, as estatísticas do IBGE revelam consistente recuperação da indústria paranaense, desde o mês de abril de 2013. Tal performance vem sendo determinada pela operação dos principais vetores atuantes no Estado, especialmente o agronegócio – fruto da safra recorde e dos preços ainda elevados no mercado internacional –, a química e petroquímica, a metalmecância e os insumos para a construção civil", avaliou Ana Silvia.
AEN