19 de ago. de 2013

Morte dos jornais impresso tem data marcada: no Brasil, em 2027


Durante mais de 100 anos, a família Graham comandou um jornal que se transformou num símbolo de influência e poder nos Estados Unidos. O Washington Post, o jornal que derruba presidentes, era o ícone maior da imprensa americana. No entanto, há duas semanas, os Graham capitularam e venderam o Post por US$ 250 milhões para o bilionário Jeff Bezos, da Amazon.
Depois disso, o maior jornal americano, o New York Times passou a ser apontado como a “bola da vez”. E seu publisher, Arthur Sulzberger Jr., embora tenha negado a intenção de repassar o controle, vendeu na semana passada um grande lote de ações pessoais. O motivo: a cada dia, as empresas de mídia impressa valem menos. Sulzberger sabe disso melhor do que ninguém porque vendeu o Boston Globe, que havia comprado por US$ 1,1 bilhão, por apenas US$ 70 milhões.
Os jornais impressos estão morrendo nos Estados Unidos – mais de 200 fecharam desde 2008 – e no mundo todo. Diante dessa transformação estrutural, um estudo da consultoria Future Exploration Network decidiu cravar a data para a morte das edições em papel em vários países do mundo.
Nos Estados Unidos, o funeral está próximo e ocorrerá já em 2017. Ou seja: dentro de quatro anos, não haverá mais edições em papel no país. O negócio se tornará antieconômico.
No Brasil, dentro de 14 anos, não haverá mais FolhaGlobo e Estadão. Ao menos, nas versões em papel, se o estudo estiver correto.
O país que mais tarde se livrará dos jornais em papel será a Argentina, onde a morte está prevista para 2039 – a pesquisa foi feita levando em conta os hábitos de leitura de cada país e também a adesão às novas tecnologias, como os tablets e smartphones, que se convertem, cada vez mais, nas novas plataformas de leitura.
A morte dos jornais impressos não significa que marcas tradicionais irão desaparecer. O britânico The Guardian avalia encerrar suas edições em papel e circular apenas nos meios eletrônicos. O Financial Times, que tem 350 mil assinantes online, diz que irá priorizar sua plataforma com mais assinantes – e o meio online deve superar o papel já em 2013.
Depois da morte inevitável do papel, o debate será travado entre publicações pagas, como a Folha, que institui seu paywall, o muro de cobrança, e as gratuitas, como o 247. O argumento de quem contesta os mecanismos de pagamento é simples. Se não há mais o custo industrial, com a impressão, nem o de distribuição, por que o conteúdo deve ser cobrado?
Esmael Morais 

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