9 de mar. de 2013

Pesquisa simula mudanças no clima do Paraná até o ano de 2100


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Professor desenvolve projeto sobre condições climáticas  (Foto: Arquivo pessoal)
Uma pesquisa elaborada pelo professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa(UEPG), Jorim Souza das Virgens Filho, simulou diversas mudanças no clima do Paraná até o ano de 2100. O estudo é resultado de três anos de pesquisa, que tomou como base 28 regiões do estado. A previsão mostra possíveis alterações, durante esses anos, como o aumento da temperatura, chuva de maior intensidade, além de problemas na agropecuária.
"Fique claro que são apenas simulações, não é o que vai acontecer, é o que pode acontecer. Assim a gente pode projetar o futuro", esclarece o pesquisador.
As alterações no clima foram simuladas por meio de um programa de computador criado durante a pesquisa, que tomou como base um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) das Nações Unidas, divulgado em 2007. A pesquisa aponta um aumento na temperatura entre 1,8°C a 4°C, no Paraná, com base na média global, para uma projeção para os próximos 90 anos. "Como é uma simulação, pode ser que essa mudança aconteça em diversas regiões do estado de forma diferente", conta Jorim.
Não é a primeira vez que este tipo de projeção climática é realizada no país. O professor explica que em 1997 ele foi "o pioneiro no Brasil a fazer um estudo de simulação por meio de um programa de computador". Jorim lembra que hoje existem apenas dois programas deste nível no país: um na UEPG e outro na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais.
Outra situação verificada no estudo é que a ocorrência de chuva pode diminuir durante os anos, mas a quantidade pode aumentar em 10% do que se vê hoje. O professor explica que "os problemas com enchentes podem ser ainda mais intensos. Por isso, existe a projeção para servir agora como planejamento urbano mais para frente".
Mudanças podem alterar também a agropecuária
A pesquisa aponta possíveis mudanças nos setores agrícola e agropecuário. Jorim explica que, se a temperatura subir nesse nível, a agricultura terá de repensar o sistema de plantio. "Hoje isso já acontece. O norte do Paraná parou de plantar soja, porque agora o clima é mais propício para a cana-de-açúcar", afirma.
Outro alerta é para os produtores, que hoje não utilizam o sistema de irrigação artificial na propriedade. O pesquisador alega que "uma cidade como Ponta Grossa, por exemplo, que não necessita tanto de irrigação, no futuro, pode precisar por conta da falta de chuva por muito tempo identificada na projeção".  Se a simulação se confirmar, os animais também podem sofrer com o calor, porque o metabolismo pode ser alterado. Preocupação também para as florestas, que correm mais risco de incêndios.
Solução e impacto econômico
O estudo agora está na última fase para a conclusão, que deve terminar até julho de 2013. A pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maura Esperancini , calcula o impacto econômico no Paraná, caso as previsões se confirmem. A explicação do professor é que "o consumo de energia, por exemplo, pode aumentar por conta do uso de novas tecnologias, que vão suprir essas mudanças".
Apesar da pesquisa ser apenas uma simulação até 2100, os estudiosos já adiantam soluções para os problemas futuros. Uma possibilidade é utilizar as propriedades rurais para implantar uma fazenda eólica, com torres que produzem energia através do vento. "Já existe até uma cidade em vista, que é Ventania, nos Campos Gerais. O nome já explica que lá seria o lugar ideal para colocar essas torres", conta o professor. Ainda segundo Jorim, alguns produtores já aplicam sistemas de prevenção no Paraná, tanto para o trabalho nas lavouras quanto para prevenção de incêndios florestais.
A ideia principal da pesquisa é "mostrar o que pode ser feito em termos de planejamento regional do Paraná, aproveitar os recursos hídricos, mudar algumas culturas de investimento e ter um futuro repensado, ser autossustentável", conclui o pesquisador.
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