Um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que em 2012 serão 16 novos casos de câncer de boca no Paraná para cada 100 mil habitantes. A média no Brasil é de 14 diagnósticos da doença para cada 100 mil habitantes. O índice é ainda mais alarmente entre os homens, pois a doença atinge cerca de 12% da população masculina, sendo que em mulheres a neoplasia é de aproximadamente 3%.
Segundo a cirurgiã-dentista Gisele Bortoli Rauli, a explicação para esse índice entre os homens está no excesso de consumo de álcool e o uso frequente do cigarro. Ainda conforme os dados, o câncer de boca é a terceira doença mais frequente nos homens. Além disso, cerca de 10% de todos os tumores que ocorrem no país tem origem e se desenvolvem no sistema bucal. ''Os cânceres que se originam no revestimento da boca correspondem a 96% dos tumores malignos da cavidade bucal. Outros estudos mostram o aumento de infecções causadas pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido via sexo oral'', esclarece Gisele.
Para a dentista os pacientes precisam receber mais informações sobre a doença, pois em muitas situações os casos se tornam mais grave pela desinformação e pela falta de prevenção. ''Se compararmos com outros tipos de cânceres, o de boca pode ser tão agressivo quanto o de mama, por exemplo, que é muito mais divulgado. Por isso é necessário que a população tenha conhecimento dos sintomas da doença, para fazer o tratamento logo no início'', alerta.
Segundo a dentista os principais sintomas da doença são o aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas. ''Muitas vezes o paciente percebe que existe uma pequena ferida, mancha ou caroço na boca ou lábios que não some, mas que também não incomoda e por isso não dá a devida atenção. Porém, qualquer alteração percebida deve ser verificada por um especialista", aconselha.
Outros fatores que podem influenciar no surgimento da doença são a exposição em excesso aos raios solares e a má higiene bucal. ''O recomendável é sempre usar protetor solar labial e chapéu, principalmente no período em que o sol está mais intenso. Também é necessário adotar hábitos saudáveis e cuidar da higienização bucal'', lembra a especialista.
De acordo com Gisele, a prevenção continua sendo a melhor opção, principalmente em pessoas que já possuem fatores de risco como fumantes e alcoólatras. ''O ideal é fazer consultas periódicas ao dentista, sobretudo pacientes com mais de 40 anos de idade. Também nos casos de uso de prótese é necessária uma atenção redobrada, pois pode acontecer da prótese ficar mal ajustada e causar algum tipo de lesão'', explica
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