26 de mar. de 2013

Corrida pela cura da Aids pode estar próxima do fim


Nas últimas semanas descobertas sobre a Aids ganharam destaque na imprensa, como o anúncio de uma possível cura funcional de uma criança de dois anos, nos Estados Unidos, e de outros 14 pacientes adultos, na França. Nas duas pesquisas, as pessoas receberam a primeira dose de antiretrovirais pouco tempo após a infecção. Depois de um período com o tratamento suspenso, novos exames foram feitos e o HIV foi detectado no organismo em níveis tão baixos que não é necessário fazer tratamento (cura funcional). O diagnóstico precoce foi considerado pelos pesquisadores fundamental para o sucesso alcançado.

Apesar das pesquisas trazerem esperança, os cientistas afirmaram que é praticamente impossível reverter a situação das pessoas que já estão infectadas com o vírus há mais tempo. No entanto, os resultados sugerem que pelo menos alguns podem ter a cura funcional se receberem os medicamentos com rapidez suficiente.

O primeiro caso de Aids descrito no mundo foi em 1981. De lá para cá, a doença passou por muitas etapas, o preconceito, a correlação com a homossexualidade, a ideia de que quem tinha a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) estava condenado à morte. Hoje muita coisa mudou: informação, mudança de comportamento e avanços na produção de medicamentos são evidentes. Mas, a doença continua sendo considerada grave. De acordo com o Ministério da Saúde, 30 pessoas morrem todos os dias no país por conta da doença.

Se as primeiras terapias antiretrovirais (coquetéis de medicamentos) eram compostas por cerca de 20 comprimidos, hoje os vários princípios ativos foram condensados em poucas pílulas. No entanto, é preciso tratar também as infecções oportunistas e isso significa mais remédios, mais efeitos colaterais e mais remédios para tratar os efeitos colaterais.

De acordo com o médico infectologista Arilson Morimoto, se o paciente seguir as orientações médicas adequadamente, a Aids pode ser considerada uma doença crônica evolutiva. Apesar dos efeitos colaterais da medicação terem sido reduzidos com o avanço da tecnologia médica, eles ainda existem.

Uma confusão que ainda é comum a respeito da doença é a diferença entre HIV e Aids. Para simplificar basta entender que HIV é o vírus e a Aids é a doença. ''A pessoa pode ser infectada pelo vírus e não apresentar sintomas da Aids por muitos anos'', destaca Morimoto. Ele disse que a partir da infecção não se sabe por quanto tempo a pessoa viverá normalmente sem Aids, por isso os pacientes fazem exames de sangue periódicos para acompanhar os níveis do sistema de defesa do organismo. ''Se percebermos qualquer alteração, iniciamos a utilização do coquetel a fim de controlar a doença desde o início'', complementa. Conforme o infectologista, a pessoa estará com Aids quando o vírus começar a causar mal para o organismo.

Novo perfil


O número de idosos infectados pelo HIV está aumentando. O médico explica que este é o resultado de uma sociedade que está vivendo mais, com mais qualidade. E trata-se de uma geração que não está acostumada a usar preservativo. ''Os estimulantes sexuais contribuem para isso mas não são a única causa. Hoje um homem de 60 anos é jovem, tem vitalidade e saúde. Eles chegam à terceira idade numa condição física muito boa e não tomam cuidado com a doença, porque não se consideram integrantes de um grupo de risco'', salienta.

A quantidade de mulheres infectadas também vem aumentando. Há duas décadas os índices apontavam 40 homens infectados para cada mulher. Há uma década eram 20 homens para cada mulher e hoje os números apontam para dois homens para cada mulher.
Folha de Londrina

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