23 de fev. de 2014

Tarifa da Sanepar terá aumento de 6,4% O reajuste foi autorizado pelo governador Beto Richa


O governador Beto Richa (PSDB) autorizou na última terça-feira (18) o reajuste das tarifas de água e esgoto pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) em 6,4%, conforme decreto publicado em Diário Oficial. A informação foi confirmada pela Sanepar na quarta-feira (19) em fato relevante divulgado ao mercado. O aumento passa a valer a partir de 20 de março, 30 dias após a publicação do decreto.

O aumento ficou abaixo dos 8,17% solicitados pela Sanepar em janeiro deste ano para o Instituto das Águas do Paraná – autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e que atua como órgão regulador da empresa. Este será o quarto reajuste feito pelo governador em quatro anos. De 2005 a 2010, a tarifa da empresa ficou congelada. Em abril de 2011, porém, o governo autorizou um aumento de 16%, seguido por reajustes de 16,5% no mesmo mês de 2012 e de 6,9% no ano passado.

De acordo com a assessoria de imprensa da Sanepar, o atual reajuste se deve à alta da cesta de indicadores que incidem sobre os gastos no tratamento de água e esgoto. A empresa argumenta que além da necessidade de correção dos índices de inflação, como o INPC e o IPCA, a variação do dólar também teve influência sobre o aumento da tarifa, já que muitos dos produtos usados pela empresa são importados. Outro ponto apresentado pela assessoria em favor do aumento é que o congelamento da taxa feito durante a gestão do governador Roberto Requião teria feito com que a empresa deixasse de faturar R$ 1,2 bilhão ao longo de cinco anos.

Por outro lado, o ex-governador afirma que os reajustes ocorrem em benefício dos acionistas privados da empresa, que é de economia mista e tem ações negociadas na bolsa de valores. A assessoria de imprensa da Sanepar, no entanto, questiona Requião ao contra argumentar que 60% das ações da Sanepar pertencem ao governo e 40% são controladas pelo Grupo Dominó, em que a Copel tem 45% das ações ordinárias.

Ainda de acordo com a empresa, apesar de o reajuste não ter sido divulgado pela Agência Estadual de Notícias, órgão oficial do governo, a decisão foi veiculada por meio de fato relevante publicado nos meios de comunicação do estado.

Aumentos anteriores

Sobre os aumentos de 2011 e 2012, a companhia informou, nas respectivas épocas, que os reajustes eram necessários para recuperar parte da inflação acumulada desde o primeiro ano de congelamento da taxa. Após seis anos sem alterações, a defasagem da tarifa teria chegado a 33% em janeiro de 2011, período em que o valor pago pelos usuários já não era suficiente para quitar as dívidas da empresa.
Fabio Cherubini 






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